A Justiça Federal de Campo Grande inocentou o goiano Felipe Ramos de Morais, 34 que até 2018 era apontado como o principal piloto da facção criminosa paulista Primeiro Comando da Capital (PCC). O benefício foi concedido depois que o piloto delatou como funcionava a estrutura financeira do PCC, relato que culminou com o confisco de mais de R$ 1 bilhão em bens que seriam pertencentes à facção.
Ao absolvê-lo das acusações de lavagem de dinheiro e associação para o tráfico na última quinta-feira (16/12), o juiz federal Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande argumentou “que faltavam provas para a condenação”.
Felipe, que segundo a polícia já foi dono de uma pequena empresa de táxi aéreo que tinha quatro helicópteros em Goiânia, sempre negou as imputações de associação para o tráfico e, quanto á lavagem de dinheiro, pediu que fosse aplicado o perdão judicial pelo acordo de delação premiada firmado, o que acabou sendo concedido na semana passada.
Piloto goiano levou lideranças do PCC para emboscada no Ceará
Acusado de pilotar o helicóptero que em fevereiro de 2018 levou os dois principais nomes do PCC para serem mortos em uma emboscada na reserva indígena de Aquiraz, a 30 quilômetros de Fortaleza, no Ceará, Felipe foi preso pela Polícia Civil de Goiás em 14 de maio daquele ano em um condomínio de luxo em Caldas Novas.
Na ocasião, as polícias paulista e cearense apuraram que Rogério Jeremias de Simone, o “Gegê do Mangue”, e Fabiano Alves de Souza, o “Paca”, foram executados por um comparsa que estava na aeronave e outros dois que ficaram escondidos na reserva, a mando do número um da organização. Gegê e Paca estariam desviando dinheiro obtido com a venda de drogas.
Ao ser apresentado à imprensa, em Goiânia, o piloto alegou que não sabia que estava levando Gegê e Paca para uma emboscada e afirmou que temia ser assassinado, já que sabia muito sobre o PCC.
Desde então, ele permaneceu preso na Penitenciária Federal de Campo Grande, de onde, liberado no início deste ano, mudou-se, com autorização da justiça e escolta policial, para um local não informado nem mesmo para familiares mais próximos.
FONTE: MAIS GOIÁS