Aonde é que esse atalho vai dar?
O fio do machado que parece estar rachando o MDB de Catalão (e porque não dizer do Estado) foi o ofício 018/ 2018 da Assessoria de Imprensa do partido, assinado pelo presidente estadual, Daniel Vilela, em 2 de março passado.
Daniel transferiu toda a responsabilidade da fala de Adib Elias, num vídeo criticando a polícia civil de Catalão, para somente ele e mais ninguém: “A posição do prefeito Adib Elias, gravada em vídeo, trata-se de manifestação individual e sem nenhuma participação deste diretório estadual ou endosso partidário”, escreveu a assessoria no ofício.
Aliaram-se ao Sr. Vilela, o Sindepol – Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de Goiás, os delegados e a intensa repercussão nas mídias pequenas e grandes do Estado de Goiás.
É natural que isso tenha ocorrido; para criticar uma instituição tal qual a polícia civil, precisa ter ‘peito’ e um plano muito bom para sair-se bem, lá no final. Ainda mais quando a força policial acaba de esclarecer uma tentativa de crime que envolve ‘supostos autores’, pois não há provas, ligados ao atual corpo de comissionados da prefeitura de Catalão.
Quem conhece Adib Elias prefere ficar com a segunda opção: deve haver um plano muito bom para falar tudo o que falou no vídeo.
Ele desagregou-se do MDB no momento em que reconheceu o apoio ao provável candidato ao governo do Estado de Goiás, senador Ronaldo Caiado.
Não deu peso ao apoio do MDB, depois de ter sido rechaçado, ao afirmar que “para criticar delegado não precisa de apoio”, e ao mesmo tempo desinteressou-se em sustentar a eventual candidatura de Daniel Vilela, também ao governo estadual.
Ora, quando ele promete no vídeo em tema, que em janeiro vai “… dar a eles (os delegados) o destino que eles merecem em Goiás”, é de se supor que:
Primeiro: Em 2019 ele vai estar mais ‘empoderado’ do que agora, a ponto de interferir na organização da polícia civil do estado;
Segundo: Ele afirma também no vídeo que “… e é por isso que eu tô mudando meu rumo político”, onde se supõem que, talvez, deve mudar de partido (para o Democratas), satisfazendo uma condição de Ronaldo Caiado. Contando que Ronaldo eleja-se governador e Adib (e mais uns três ou quatro egressos do MDB) ‘encaixem-se’ na futura nova estrutura do governo estadual, de forma a influir até na organização da polícia civil e outras agremiações.
Pode estar prevendo também que o Supremo Tribunal Federal mais a Polícia Federal, mais a oposição e alguns outros, vão ‘arrebentar a cabeça’ do MDB nacional até as eleições, fazendo despencar toda a estrutura partidária, já corroída do partido pelas peripécias de Temer e seus comparsas.
O fato é que continua parecendo que Adib Elias Jr comprometeu sua imagem; quem o conhece diz que não.
Só parece, mas não é mesmo!
“Eu tenho o direito de pensar na minha cidade”. “A minha cidade sempre me deu tudo”. “Tudo o que eu peço pra Catalão, o povo de Catalão está na frente pra me ajudar”. Declarações como essas, proferidas em rede internacional por uma rádio catalana, são para deixar qualquer população envaidecida, tamanho é o teor de gratidão a cerca de 70 por cento que lhe confiaram o ‘cajado’ da administração municipal da cidade.
O governo Marconi está no controle do estado há 20 anos
Neste tempo, o então PMDB vinha investindo de forma medíocre em candidatos ao governo que colecionaram derrotas, umas atrás das outras e mesmo assim não trocavam de planos. Não existiu, em momento algum, uma janela que pudesse um político como Adib Elias, ensejar movimentos para alcançar uma plataforma que o lançasse a disputar o governo estadual. Convenhamos que, musculatura para isso ele tem. Quem alija a cidade de Catalão do pior mal que ela já teve no período de 2013 a 2016 e obtém das urnas os orgulhosos 67,2 por cento dos votos (fora os simpatizantes que precisavam ficar escondidos), merece ser chamado ao cenário estadual.
Mas não, as preferências partidárias são para o ‘vencido’ Iris Rezende ou a família Vilela.
Catalanos, orgulhosos de sua bandeira que carrega a bíblia como símbolo, devem seguir o seu líder; que não é um líder à toa. Novamente ele transformou a cidade de Catalão, senão cem por cento, ele mudou quase isso do modo em que se encontrava dia primeiro de janeiro de 2017.
Independente de sigla partidária, de se a polícia civil ou qualquer outra organização vai gostar ou não; pela primeira vez na história goiana, um povo deve seguir seu líder em suas decisões.
De que adiantaria mantê-lo no MDB, ao lado de candidatos novamente derrotados e encarar mais 20 anos de incompatibilidade com o governo estadual?
Há muito sentido na frase proferida pelo prefeito Adib Elias, em entrevista à Rádio Nova Liberdade, quando disse “Agora eu vou ficar brincando de eleição? quando todas as pesquisas mostram que quem ganha é o Ronaldo Caiado?”. O que realmente interessa é uma saída honrosa para as relações entre Catalão x Palácio das Esmeraldas; ciosa que não existente há mais de 20 anos. Palácio dominado por forças obscuras que estendeu seus braços até dentro do nosso amado Palácio Pirapitinga por 4 anos e que, Oxalá, não vai se repetir nunca mais.
Retornando ao foco do episódio que acendeu o estopim de tudo isso, o prefeito não deixa de ter suas razões. E se são razões dele, e de toda uma comunidade.
Numa rápida lembrança, podemos elencar casos como o do tríplice homicídio na Comunidade Custódia, o caso da infanta Yasmin, diversos roubos em propriedades rurais e até o ataque ao radialista Cláudio Lima, caso muito semelhante ao recente do locutor Ricardo, todos até hoje sem nenhuma vírgula sequer de esclarecimentos.