Apesar de todos os desenlaces oferecidos pela Operação Lava Jato, operacionalizada pelo Ministério Público Federal e com o apoio da Polícia Federal, parece que os povos brasileiros e principalmente muitos indivíduos da classe política, ainda não se conscientizaram de que é imperativo recuperar (se é que algum dia houve) ética e honestidade.
É certo que ninguém vai arder no fogo do inferno por surrupiar algumas coisinhas aqui ou outros milhõezinhos ali, mas apropriadamente pode amargar algumas semanas de prisão preventiva, ou um susto numa condução coercitiva.
Pra quem não conhece, um depoimento perante a um órgão como a Polícia Federal, fica difícil de entender como é que caras como Delcídio do Amaral ou Antônio Palocci ‘cantam’ tudo numa sessão de ‘entrevista’. Daí perderem o medo de cometerem pequenas e grandes trapaças.
Exemplo de pequena trapaça foi detectada pela câmara municipal de Ipameri, pelo relatório processo disciplinar nº 001/ 2017 que trata de “Suposta prática de crime de peculato e prática de atos incompatíveis com o decoro parlamentar previstos no artigo 5º, inciso III a da resolução nº 17/ 2011 de 8 de junho de 2011”.
Traduzindo
O Vereador Allison José Rosa de Andrade foi denunciado pelo relatório por deixar de “zelar com responsabilidade pela proteção e defesa do patrimônio e dos recursos públicos”, quando um telefone celular marca LG, modelo K10, pertencente ao povo de Ipameri, designado à sua responsabilidade, foi localizado à venda numa loja comercial daquela cidade. Para garantir a prova de que havia ali uma transgressão, o também vereador Luciano Carneiro Machado, recebeu a denúncia e transformou em prova cabal a transação comercial.
“Juntamente com outro vereador, Douglas Evangelista Troncha, entramos com representação perante a comissão de ética daquela câmara parlamentar”, destacou Luciano.
Além disto, a comissão pede a prestação de contas de outro aparelho celular público marca LG e modelo K4 que também estava em sua posse.
Nos autos, o edil indica sua assessora parlamentar como responsável pelo aparelho.
Em troca, e via sessão plenária daquela casa, o parlamentar vai amargar 15 dias de suspensão das atividades de representante da população de Ipameri.
“Há quem ache 15 dias pouco. Outros querem mais. Penso que a definitiva expulsão do corpo de representantes seria mais justo”, pondera Luciano.
Enfim, em pleno momento nacional de tentativa de afastar do nosso meio a fama de ‘embrulhões ’ e desonestos que (nós brasileiros) adquirimos pelo mundo afora, acontece uma coisa dessas que depõe contra a ética e moralidade. Poderia passar sem essa…